sexta-feira, 18 de junho de 2010

ANALISANDO A LINGUAGEM CORPORAL

Não raramente acontece-me estar perante alguém bem-falante, mas cuja lengalenga não me convence nem um pouco, ou antes pelo contrário estar perante alguém, cujo discurso é atabalhoado, mas, no entanto, sentir quase que de imediato uma empatia por essa pessoa, por qualquer razão inexplicável, sentir que esta pessoa transmite confiança e honestidade, muitas vezes este sentimento me ajuda a entender sua linha de raciocínio através de um remate da frase que essa pessoa queira transmitir, e não consegue.

Bem! A isto costumo definir como um momento de diálogo, onde ambas as partes se escutam e se ouvem verdadeiramente.
Há pessoas que não escutam, apenas palram, palram sem escutar (como papagaios), deixando obviamente, o seu ouvinte entediado ao ponto do bocejo, ou tendo a reação que eu costumo ter (quando tenho confiança com a pessoa, claro!) que é soar um grande Zzzzz… seguido de um grande ronc… ou seja acabo dormindo, aliás já vi várias pessoas dormindo durante discursos e monólogos.

Ao sentir empatia, simpatia, ou de desconfiança ou mesmo rejeição, costumo definir como intuição, um sentir abstrato e não palpável.

Os cientistas dizem ser o nosso consciente em sentido de alerta perante sinais enviados inconscientemente pelo outro através da sua linguagem corporal: gestos, postura corporal, tom de voz, etc..

Segundo o casal Pease (Allan e Barbara, autores de best-sellers sobre comunicação não verbal), a linguagem corporal «é uma reflexão para o exterior do estado emocional de uma pessoa.»

Os especialistas asseguram que cada movimento, gesto, expressão corporal pode ser um «valiosíssimo indicador de uma emoção que se experimenta», como por exemplo o cruzamento de braços, pernas ou de ambos, que indicam receio ou defesa.

A comunicação corporal pode ser traiçoeira, sobretudo quando estamos mentindo, ou quando estamos a dizendo algo que na verdade não sentimos.

«A verdade está precisamente nos gestos involuntários do rosto e do corpo, que refletem aspectos da personalidade, manifestam emoções e pensamentos.»

Os gestos corporais podem ser definidos como “reflexos da alma”. De forma muito sucinta, o consciente não tem consciência do inconsciente, logo nosso corpo reage por instinto, sem controle ou censuras, como por exemplo o rubor, quando estamos embaraçados ou “ somos apanhados no ato”, ou ainda outros tiques.

Contudo, e segundo os especialistas norte-americanos, o mundo gestual, corporal não pode ser lido/interpretado assim tão linearmente; porque «nem tudo o que parece é», e por isso mesmo temos de primeiro contextualizar a pessoa a nível emocional e circunstancial, antes de fazermos algum juízo.

Por exemplo o «Coçar a cabeça pode significar uma série de coisas diferentes – suor, incerteza, esquecimento ou mentira –, dependendo de outros gestos ou circunstâncias. Como qualquer linguagem falada, a corporal tem palavras, frases e pontuação.»

A expressão facial é parte do nosso corpo que mais revela as nossas emoções. Geralmente é através da linguagem facial, piscar de olhos, sorrir, etc., que mais se apanha a mentira, por exemplo.

De acordo com os especialistas, cabe à mulher a nota máxima no que concerne ao dom natural de captar os tais pequenos pormenores, o tal “olho clínico”, que falha nos homens.
Daí a designação de “intuição feminina” que está cientificamente provada pelo fato das mulheres «possuírem entre 14 e 16 áreas do cérebro consagradas à avaliação do comportamento dos outros – no caso dos homens, são de quatro a seis.» Dai resultar também um número maior de mulheres videntes do que homens.

Este tipo de leitura é muito utilizada pelas autoridades policiais e pelos psicanalistas.
Sendo as falhas, as suspensões, os lapsos de linguagem do paciente de extrema importância para uma boa interpretação do que é dito e do que não é dito, e assim a avaliar a condição psico-emocional de um paciente.

As pessoas que melhor controlam os “reflexos da alma” são aquelas que foram treinadas para controlar as emoções, como, por exemplo, os agentes secretos.

De acordo com os especialistas muitas pessoas dão maior relevância à palavra falada, esquecendo-se da linguagem corporal o que consistiria num erro. Concordando com eles, digo que para mim a linguagem corporal é um dos melhores apontadores da verdade, e também uma boa forma de conhecer e compreender o "outro".

Relativamente à sedução, e segundo os especialistas, são também as mulheres que detém a nota máxima, cerca de 90%. O que acontece é que a forma de sedução das mulheres é tão sutil que «a maioria dos homens pensa que são eles que estão conduzindo o processo».

Estes têm dificuldade em interpretar a linguagem corporal feminina, confundindo atitudes amigáveis com interesse sexual, sendo justificada esta atitude pelo fato de os homens «possuírem de 10 a 20 vezes mais testosterona do que elas.»


«Mas os gestos como as palavras podem ser ambíguos», variando de cultura para cultura, apesar de muitas delas serem universais.
Portanto aconselha-se a ter cuidado quando da interpretação de certos gestos e trejeitos, pois podem provocar tanto situações cômicas, como embaraçosas.

Antes de fazermos qualquer juízo devemos ter em conta a origem da pessoa, e sobretudo o estado emocional, circunstancial da mesma.

Sempre gostei de seguir o lema: pare, escute e olhe (observe), reflita. Só assim conhecendo-nos poderemos conhecer os outros.

Um comentário:

  1. Oi Aline, gostei muito.
    É interessante, já reparou que na grande maioria das vezes que alguém nos conta algo, estamos muito mais voltados em elaborar o que vamos dizer a seguir, do que propriamente o que está sendo dito.
    gosto muito de um conselho, vamos dizer assim, que o Yogananda costumava dar: Consideração com o outro, é um grande passo.

    Ah, divulguei seu blog

    Um Abraço

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